terça-feira, 27 de agosto de 2013

Fila para autógrafos

Que orgulho eu tenho dessa fila...


Apresentando o livro no lançamento em São Roque


Destaque no Gazeta Onlie

Que tal ler mais uma vez que a matéria que o competente ex-repórter Tiago Zanoli fez sobre o livro e o lançamento?


Interior do Estado e uma história de paixão
 
Jornalista registra as memórias do teatro sobre a vida de Cristo


Nascida em São Roque do Canaã, Roberta Fachetti mudou-se para Vitória aos 17 anos para estudar jornalismo, em 2008. Logo no primeiro período, ela começou a estagiar no portal Faesa Digital, para o qual fez matérias. Uma delas foi sobre a encenação da vida de Jesus Cristo que marcou a história de sua cidade natal, por três décadas.

Daquela experiência, em parte movida pela memória afetiva, Roberta produziu algo bem maior. Trata-se do livro "A Paixão Segundo São Roque", que foi lançado no último sábado naquele município e terá outro lançamento amanhã, na Biblioteca Pública Estadual, em Vitória.


A obra apresenta a história da encenação da vida de Cristo, realizada pelos próprios moradores da comunidade, além curiosidades, detalhes de bastidores, biografia do criador, fotos marcantes e relatos emocionantes de quem viveu a época.

Além disso, o livro traz uma entrevista exclusiva com a atriz Fernanda Montenegro, que participou do filme "A Vida de Jesus Cristo", rodado em São Roque e dirigido por José Regattieri, em 1971. Foi este quem idealizou e realizou os espetáculos, a partir do início da década de 60. "Ele entrou para o seminário, mas na reta final desistiu de ser padre e voltou para São Roque. Foi quando começou o teatro, com poucos atores. No final, o espetáculo já reunia mais de 300 pessoas em cena", lembra Roberta.

Em 1982, não foi possível realizar a peça, pois a cidade estava em obras. Em abril daquele ano, José Regattieri faleceu. Somente em 1987 ela foi retomada por um dos filhos dele, Antonio Carlos, mais conhecido como Toninho. "A última apresentação aconteceu em 1994. Depois disso, a cidade já não comportava mais tanta gente, pois era um público muito grande. Mas agora há interesse de voltar a realizar o espetáculo", revela a jornalista.

Quanto à participação de Fernanda Montenegro, Roberta diz que, apesar da dificuldade para conseguir falar com a atriz, ela foi atenciosa e impressionou por sua memória sobre a época. "Para os moradores de São Roque, foi emocionante vê-la se lembrar com detalhes de tudo que aconteceu."


Texto original: Gazeta Online


Oferta online do livro

Pessoal, esse blog foi criado para contar os bastidores e detalhes da produção e alguns trechos.
Mas, utilizo o espaço para informar que o livro não está sendo vendido de forma online. Quem fez o cadastro em sites está agindo de má fé e não tem minha autorização. Sei que é alguém que teve acesso ao livro, já que disponibiliza o código de barras.
Já estou tomando providências para resolver esta questão.


Título VII:  Das Sanções às Violações dos Direitos Autorais
Capítulo I:  Disposição Preliminar
Art. 101. As sanções civis de que trata este Capítulo aplicam-se sem prejuízo das penas cabíveis.
Capítulo II: Das Sanções Civis
Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.
Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido. Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que constituem a edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil exemplares, além dos apreendidos.
Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso de reprodução no exterior.
Art. 105. A transmissão e a retransmissão, por qualquer meio ou processo, e a comunicação ao público de obras artísticas, literárias e científicas, de interpretações e de fonogramas, realizadas mediante violação aos direitos de seus titulares, deverão ser imediatamente suspensas ou interrompidas pela autoridade judicial competente, sem prejuízo da multa diária pelo descumprimento e das demais indenizações cabíveis, independentemente das sanções penais aplicáveis; caso se comprove que o infrator é reincidente na violação aos direitos dos titulares de direitos de autor e conexos, o valor da multa poderá ser aumentado até o dobro.
Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito, sua destruição.
Art. 107. Independentemente da perda dos equipamentos utilizados, responderá por perdas e danos, nunca inferiores ao valor que resultaria da aplicação do disposto no art. 103 e seu parágrafo único, quem:
I - alterar, suprimir, modificar ou inutilizar, de qualquer maneira, dispositivos técnicos introduzidos nos exemplares das obras e produções protegidas para evitar ou restringir sua cópia;
II - alterar, suprimir ou inutilizar, de qualquer maneira, os sinais codificados destinados a restringir a comunicação ao público de obras, produções ou emissões protegidas ou a evitar a sua cópia;
III - suprimir ou alterar, sem autorização, qualquer informação sobre a gestão de direitos;
IV - distribuir, importar para distribuição, emitir, comunicar ou puser à disposição do público, sem autorização, obras, interpretações ou execuções, exemplares de interpretações fixadas em fonogramas e emissões, sabendo que a informação sobre a gestão de direitos, sinais codificados e dispositivos técnicos foram suprimidos ou alterados sem autorização.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um presente

Após a produção do livro, fui presenteada com a apresentação, feita pelo meu meste e orientador, Hesio Pessali.

"Ela chegou à faculdade ainda com um ligeiro sotaque italiano, mais propriamente lombardo, e uma enorme disposição de ser repórter. Vinha de Santa Júlia, um povoado em São Roque do Canaã, que eu conheci antes de ela ter nascido, quando fazia uma matéria para o Jornal do Brasil, do qual era correspondente no Espírito Santo. Na época, a vila de São Roque às margens do Rio Santa Maria, era um distrito do Município de Santa Teresa, e em casa as famílias ainda trocavam frases em algum dialeto conforme sua origem do outro lado do grande oceano.

Roberta Fachetti Silvestre (Silvestri no original, antes de algum escrivão errar a grafia no registro) foi minha repórter na primeira equipe do Faesa Digital, o site do Curso de Comunicação da Faesa, onde os alunos praticam o jornalismo. E que repórter! Não poupava nem o fim de semana, quando ia visitar os pais, e voltava de lá com alguma matéria, fruto de sua percepção e iniciativa.

Não foi surpresa quando ela me procurou para dizer que seu Trabalho de Conclusão de Curso seria um livro sobre o período histórico que tirou São Roque do anonimato e lhe deu um lugar na cultura nacional. Assim o disse e assim o fez. E eu tive a alegria de ser seu professor orientador. Orientador e confidente de suas dificuldades, alguém que fazia ponderações com a cabeça mais fria porque estava fora do olho do furacão. Falo assim porque é assim que se sente quem, ainda estudante, assume a empreitada que ela encarou.

Sempre costumo dizer a meus alunos que um livro-reportagem é o fruto do amadurecimento de um jornalista, e que escrever um livro com data marcada para acabar é uma ousadia e um risco. Mas a academia tem seus prazos, e quem decide entrar nesse jogo tem que aceitar as regras. Por isso essa advertência tem uma segunda parte: mesmo que tenham condição financeira, não publiquem o trabalho assim que ele passar pela banca da faculdade. Deixem a poeira assentar, releiam, permitam que outros também leiam, acrescentem informações novas que aparecerem, eliminem contradições e repetições.

Roberta vem se juntar a Arlindo Loss, Everaldo Helvídio Loss, Frei Jayr Antônio Sylvestre, Luiz Carlos Biasutti e outros que foram buscar na fonte a história desse povo que colonizou o extremo norte do Vale do Canaã. E, numa dimensão mais ampla, se coloca junto de dezenas de mais outros que, ou escrevendo a história de suas famílias, transcrevendo memórias ou reunindo fragmentos do que restou no tempo, documentaram no Espírito Santo a epopeia da colonização.

Nessa história eu me envolvi de coração também porque essa epopeia sempre foi uma paixão. E agradecemos (ela e eu) a Pier Paolo Pasolini, cujo filme “Il Vangelo secondo Matteo” inspirou o título da presente obra."

Hesio Pessali
São Roque do Canaã (ES), agosto de 2012.


Cenário do teatro


Orelha do livro

Geralmente, os livros apresentam na "orelha" citações famosas, de autores ou personalidades ligadas à obra quem questão.
Decidi utilizar uma frase dita certa vez pelo idealizador do teatro de São Roque, José Regattieri.

“Jesus morre de braços abertos
e a humanidade continua de braços
cruzados”. (José Regattieri)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Visita ilustre

Para quem não sabe, em 1971 foi gravado um filme sobre a Paixão Cristo baseado nas encenações apresentadas em São Roque.
E o lugar recebeu a visita da consagrada atriz Fernanda Montenegro, que estava no início de sua carreira, e fez o papel da Samaritana.
Abaixo, seguem imagens de uma das cenas que ela gravou com o senhor Hermir Valvassori, que interpretou Jesus Cristo por 20 anos e morreu poucos dias depois de ter dado entrevista para a produção do livro.




Relevância e resgate

Resgatar essa história é bem mais que o projeto pessoal de alguém que saiu de São Roque para estudar e voltou como uma ‘contadora de histórias’. O tema ganhou ainda mais relevância ao descobrir que mais de 300 pessoas da comunidade deixavam de lado a rotina do dia-a-dia para entrarem em cena. Um teatro que foi realizado por lavadeiras, donas de casa, agricultores e motoristas e, até hoje, é comparado com espetáculos que envolvem grandes artistas.

A arte

A arte utilizada na capa representa o início da história do teatro e a rotina do criador das apresentações. O vermelho remete ao sangue de Cristo e ao sentimento de compaixão que o Cristianismo prega. A imagem principal ilustrou um jornal da época e mostra as duas imagens de gesso utilizadas nas primeiras apresentações e que durante o ano ficavam na varanda da casa de Regattieri. O nome do livro é uma referência aos Evangelhos que narram a vida de Cristo, lembrando o local onde a narrativa era feita. É também uma referência à obra do  cineasta italiano Pier Paolo Pasolini que, na década de 60, narrou em filme sua visão muito particular da figura do Cristo, “Il Vangelo secondo Matteo”.

Diferencial

O diferencial do trabalho é que a jornalista nunca assistiu o teatro. Ela conta a história baseada em documentos, fotos e, principalmente, em relatos de quem viveu essa época. Todas as pessoas que estão no livro participaram, de alguma forma, da história do teatro. A obra tem a principal característica das Encenações: foi construída com a colaboração de pessoas da comunidade, as mesmas que fizeram o teatro ganhar destaque nacional no Século passado.

Resumo

Ao longo de 252 páginas, o livro-reportagem conta toda a história do teatro, destacando o início, quando era usada uma imagem de gesso para representar o momento em que Jesus era pregado na cruz. Com o passar do tempo, foi construída uma cruz para que o ator pudesse ser pregado. Cerca de 300 artistas locais entravam em cena todos os anos. Em um único ano, mais de 20 mil pessoas assistiram ao teatro. Ao longo de dois anos de pesquisa, a autora conseguiu arquivos de família (documentos e fotos), entrevista com mais 40 pessoas que participaram do teatro [entre elas, o senhor Ermyr Valvassori, que interpretou Jesus Cristo por quase 20 anos e faleceu no dia em que a versão provisória do livro saiu da gráfica] e que têm lembranças das apresentações. A atriz Fernanda Montenegro fala com detalhes de tudo o que viu em sua passagem por São Roque e, por fim, faz um apelo para a população.

Autora

Roberta Fachetti nasceu em Colatina e cresceu no distrito de Santa Júlia, no município de São Roque do Canaã. Estudou na EEEFM "Felício Melotti" e se mudou aos 17 anos para Vitória para estudar Comunicação Social. Fez parte da primeira equipe do portal Faesa Digital, estagiou no jornal online Folha Vitória e atualmente é assessora de comunicação no Governo do Espírio Santo, tendo atuação direta nas mídias sociais do  Apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso na Faesa em 2011, o livro foi aprovado com nota dez pela banca examinadora.

Novidade...


Então, pessoal.
Parece que foi ontem que eu estava louca com a revisão do livro e preparando o lançamento.
Pois é, um ano já se passou.
Como eu sou apaixonada por esta obra e, quando paro para pensar, nem acredito que consegui fazer isso tudo decidi criar um blog falando sobre livro-reportagem, resumindo alguns capítulos [não, meu objetivo nunca foi lucrar com isso], bastidores das entrevistas, orientação, organização, tudo...
É uma forma que encontrei de nao deixar a história acabar.
Vamos acompanhar?